Clinica Vacinação Imune

A COBERTURA VACINAL NO PAÍS ESTÁ PREOCUPANTE

A COBERTURA VACINAL NO PAÍS ESTÁ PREOCUPANTE

As vacinas cumprem a sua função de proteger as pessoas contra as doenças infecciosas de duas maneiras: protegendo diretamente o indivíduo que recebe a vacina, que se torna imune àquela doença; ou através da proteção de um grande número de indivíduos numa população, impedindo que um determinado agente infeccioso circule e cause doença naqueles que por alguma contraindicação médica não podem tomar a vacina.

Para que esta proteção da comunidade aconteça, é preciso ter um número muito grande de pessoas vacinadas e protegidas, ou seja, é necessária uma alta cobertura vacinal. Entende-se por cobertura vacinal como a porcentagem de indivíduos completamente vacinados dentre todos aqueles que precisam receber a vacina. A cobertura vacinal indica quantas pessoas conseguiram completar a vacinação para determinada doença.

Assim, quando se diz que a cobertura vacinal de uma dada vacina é de 90%, deve-se entender que, de cada 100 pessoas que deveriam ter recebido a vacina, 90 receberam e 10 continuam desprotegidas. É importante frisar que, para as vacinas poderem gerar proteção da comunidade, evitando a circulação de um determinado agente infeccioso e protegendo as pessoas que não podem receber a vacina, as coberturas vacinais devem ser altas, geralmente acima de 95%.

Tragicamente, depois de termos alcançado coberturas vacinais muito altas, e sermos frequentemente citados em todo o mundo como exemplo de programa de vacinação público bem-sucedido, esses números vêm caindo ao longo dos últimos anos, o que coloca a nossa população em risco de doenças que podem ser evitadas pela vacinação. Por conta dessas baixas coberturas vacinais, o Brasil sofreu a reintrodução do vírus do sarampo nos últimos anos, uma doença grave que estava eliminada já há anos.

Além disso, essa queda de cobertura pode levar ao retorno ou aumento de outras doenças imunopreveníveis. A poliomielite (paralisia infantil), grande flagelo das crianças brasileiras até meados do século 20, não é registrada no Brasil desde 1989, por conta das grandes campanhas de vacinação, sendo que a OPAS/OMS (Organização Panamericana de Saúde / Organização Mundial da Saúde) emitiu o certificado de eliminação da doença no território nacional em 1994.

Entretanto, atualmente nosso país é considerado como de alto risco de reintrodução dessa doença. E um dos principais fatores implicados nessa situação é justamente a baixa cobertura vacinal, visto que a meta de público-alvo vacinado não tem sido atingida desde 2015 (para que a população seja considerada protegida da doença). E enquanto houver circulação do vírus em algum local do mundo, há risco de sua reintrodução caso não haja medidas preventivas eficazes.

A cobertura para a vacinação completa contra poliomielite no primeiro ano de vida, no Brasil, em 2021, foi abaixo de 70%. Números ainda menores são registrados para as doses de reforço do calendário vacinal infantil, administradas com 15 meses e 4 anos. Em São Paulo, em 2022, a cobertura vacinal para poliomielite está abaixo dos 80%!

O Programa Nacional de Imunização (PNI) iniciará em 8 de agosto, com duração até 9 de setembro de 2022, uma Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite (menores de 5 anos) e Campanha Nacional de Multivacinação para Atualização de Carteira de Vacinação (para os menores de 15 anos). O dia “D” será o dia 20 de agosto, podendo ser mudado pelo município de acordo com a realidade local.

Todos os pais devem aderir à campanha e providenciar a atualização das carteiras vacinais de seus filhos. Consultem os pediatras de seus filhos, as equipes dos serviços públicos de vacinação ou um médico de sua confiança para orientar sobre as vacinas faltantes. Algumas vacinas que não fazem parte do Calendário Nacional de Vacinação, mas que ampliam a proteção de doenças potencialmente muito graves, são recomendadas pelas Sociedade Brasileira de Pediatria e Sociedade Brasileira de Imunizações. Entre eles se destacam as vacinas de meningite, como a vacina quadrivalente contra os meningococos A-C-W-Y e a vacina contra o meningococo B. Essas vacinas estão disponíveis nas clínicas privadas.

A vacinação adequada de todas as crianças é a medida mais eficaz para manter fora de circulação esses agentes infeciosos que no passado foram origem de epidemias e grande número de internações, sequelas e mortes.

Sugerimos a consulta dos links abaixo para maiores informações.

https://portal.fiocruz.br/noticia/pesquisadores-da-fiocruz-alertam-para-risco-de-retorno-da-poliomielite-no-brasil (acesso em 03/08/2022)

https://sbim.org.br/noticias/1713-campanhas-de-vacinacao-contra-a-polio-e-multivacinacao-comecam-em-8-de-agosto  (acesso em 03/08/2022)

https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/vigilancia_em_saude/doencas_e_agravos/index.php?p=7309 (acesso em 04/08/2022)

(AMF/MGV)

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